Mês de Maio: Precisamos falar sobre a saúde mental materna
- flaviaselhorst
- 31 de mai. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 1 de jun. de 2023

Você percebeu que o mês de maio foi e tem sido diferente? No geral, os assuntos são sobre dia das mães e os presentes para elas, mas, conseguiu observar que os meios de comunicação tem falado cada vez mais sobre a saúde mental da mãe e em especial nesse mês?
Pois é, isso porque desde 01 de maio de 2021 existe a campanha chamada "Maio Furta-Cor".
Furta-cor é a cor da maternidade, cuja tonalidade se altera conforme a luz que recebe. As cores da maternidade não se anulam, não são iguais nem formam uma cor só. Suas cores são suas diferenças, na igualdade do direito de ser mãe.
A frase acima está em um dos cartazes do movimento que é dedicado às ações de conscientização, incentivo ao cuidado e promoção da saúde mental materna.
Infelizmente ainda existe uma resistência social quando falamos sobre os cuidados ligados a saúde mental e mais forte ainda quando falamos sobre saúde mental materna. Mas vemos números alarmantes de casos de depressão, ansiedade e suicídio entre as mães.
Conforme matéria da Revista Crescer, foi realizado um estudo sobre depressão pós-parto na pandemia e esse demonstrou que 38,8% das mulheres que deram à luz entre junho e dezembro de 2020 em hospitais públicos de São Paulo apresentaram sintomas de depressão pós-parto – quase o dobro da taxa observada em estudos nacionais anteriores. O estudo sugere que a ansiedade gerada pela pandemia de covid-19 aumentou a prevalência de depressão pós-parto. Além de revelar a alta taxa de sintomas de depressão pós-parto, o estudo encontrou ainda elevada prevalência de ansiedade (40,8%) e ideação suicida (14,3%).
Além de toda a angustia causada pela pandemia, que ainda nos afeta em pleno ano de 2023, temos outras questões não ditas e pouca ou nenhuma atenção tem sido dada aos fatores que vêm contribuindo ao sofrimento mental das mulheres face às crescentes demandas da maternidade.
Só é possível mudar o mundo cuidando de quem cuida de todo o mundo!
Nicole Cristino, psicóloga perinatal, idealizadora da campanha.
A campanha que, como as idealizadoras dizem "nasceu na porta da creche", tem crescido muito: já é realizada em todo o Brasil e em mais de 12 países! Você pode conferir muito mais no site próprio do movimento https://www.maiofurtacor.com.br/
E pra gente entender um pouco mais sobre esse movimento, chamei a querida psicóloga Vanessa Harter* para falar um pouquinho mais sobre esse assunto aqui com a gente, confira:

Porque maio é considerado o mês dedicado a conscientização da saúde mental materna?
Porque o mês de maio tem possui as comemorações dos dias das mães e isso ajuda a ter mais visibilidade para trazer informações e ações sobre a saúde mental materna. O movimento está crescendo a cada ano e espero que mais profissionais se envolvam para podermos ajudar na prevenção e promoção de saúde mental materna.
Você acha que as mães estão adoecendo mais mentalmente? A que você atribui esse fato?
Infelizmente sim, da gravidez até o primeiro ano do bebê aumenta muito o risco do adoecimento mental materno. Isso não é só pelas mudanças hormonais desse período, mas a soma de outros fatores como: mãe sem rede de apoio, histórico de transtornos psiquiátricos anteriores a gestação e sem tratamento. Além disso, a mãe hoje assume muitas responsabilidades: trabalha fora, e muitas vezes, longe de casa, cuida dos filhos, cuida da casa, entre outras tantas coisas. Muitas não tem rede de apoio. Existem mulheres que sofrem ou sofreram violência doméstica e outras, violência obstétrica. Esses são alguns exemplos de fatos que podem contribuir com o adoecimento mental materno.
Que dicas você tem para as mães sobre saúde mental?
Dicas básica para ajudar no equilíbrio da saúde mental materna: alimentação saudável, prática de esportes, contato com a natureza, meditação, frequentar uma religião que faz bem para pessoa (para quem tem religião e gosta), não querer ajudar alguém se for algo maior que pode fazer, delegar funções, não assumir muitas tarefas que não pode dar conta, ir desacelerando na gestação...
A maior parte das mulheres apresenta sintomas de depressão na gestação e depois falam que é depressão pós-parto. Toda mulher que está gestando deveria procurar uma profissional psicóloga para uma avaliação ou acompanhamento durante a gestação. Quando a mãe adoece não percebe, ela muitas vezes se sente triste, irritada, cansada, culpada, sem energia... mas nem imagina que pode estar adoecendo. Sobrecarga materna adoce, não ter rede de apoio adoece. Na dúvida procurem uma Psicóloga.
*Vanessa Harter é psicóloga, mãe da Sofia e do Nicolas, atende gestantes e mães, presencialmente e online, tem um perfil no Facebook e Instagram chamado @psicologiagestandoamor, aproveite para seguir e conhecer um pouco mais do trabalho dela.

E se você está passando por algo semelhante ao que escrevemos aqui, deixe seu e-mail, em breve teremos uma Live com a Vanessa Harter pra falar mais sobre saúde materna, e aí a gente te avisa. Aproveite para compartilhar esse conteúdo com alguma mamãe, tenho certeza que será muito válido.
Aqui no nosso Blog você pode conferir mais conteúdos sobre o mundo materno e hoje eu separei um post super especial ligado a saúde mental materna, e o chamado Mommy Burnout, com dicas de como ajudar a mãe a não surtar, clique aqui para ler o conteúdo na íntegra.
Super Beijo da Flá
Referências:










































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